quarta-feira, 9 de março de 2011

Mocidade Alegre de São Mateus vence em Juiz de Fora

Agremiação desbancou a favorita, Unidos do Ladeira, que buscava o tetracampeonato na passarela do samba


Fotos Leonardo Costa
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Destaques da Mocidade Alegre São Mateus, vencedora do Carnaval de JF


Leonardo Costa
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A campeã do Grupo B, a Feliz Lembrança, homenageou Elke Maravilha


JUIZ DE FORA - Com um enredo que abordou a trajetória das máscaras, seus usos e simbolismos na sociedade, a Mocidade Alegre venceu os desfiles das escolas de samba de Juiz de Fora. A agremiação, que tem reduto na Rua Belo Horizonte, Bairro São Mateus, Zona Sul, teve um aproveitamento de 100% na avaliação dos jurados, conquistando o título principal pela primeira vez em sua história.

O resultado foi divulgado nesta terça-feira (8) na sede da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa), no Centro. As campeãs e vices de cada grupo voltam à noite à passarela do samba para os Desfiles das Campeãs. “Com muito trabalho e responsabilidade, os resultados aparecem”, disse o vice-presidente da Mocidade Alegre, Marcus Tadeu Soares, confessando, por outro lado, que considera o título uma surpresa. “O coração está a mil”, resumiu o dirigente.

A agremiação desbancou a favorita Unidos do Ladeira, que buscava o tetracampeonato. A escola obteve 99,6 pontos e terminou em segundo lugar, com apenas 0,1 décimo de diferença para a terceira colocada, a Partido Alto.

Os resultados também trouxeram alegria para outras três escolas. Vencedora do Grupo B, a Feliz Lembrança retorno à elite da folia. O clima também foi de felicidade para os componentes da Acadêmicos do Manoel Honório e a Rivais da Primavera, campeã e vice, respectivamente, do Grupo C, que subiram para a segunda divisão. As campeãs e vices de cada grupo receberam troféus e o prêmio de R$ 2 mil cada.

Por outro lado, a divulgação da pontuação trouxe tristeza para a diretoria da Juventude Imperial, que caiu para o Grupo B, e para os dirigentes da Vale do Paraibuna, rebaixada ao Grupo C. As agremiações terão que recuperar as posições em 2012.

Nos Desfiles das Campeãs, o público teve a oportunidade de rever o samba-enredo vencedor “Quem é você... No palco da folia exaltamos as máscaras que nos proporcionam alegria”. A letra lembra que a história das máscaras tem origem no berço da civilização, com a primeira sociedade organizada de que se tem notícia: os povos yorubanos.

O enredo contou a importância das máscaras para os egípcios, chineses, indianos, japoneses e para o teatro grego. A escola lembrou, ainda, que peças também estão presentes na América, sendo utilizadas para evocar espíritos da natureza, simbolizar deuses e pedir boas colheitas para o ano.

No Brasil, tribos indígenas usavam o acessório em cerimônias e danças religiosas. Sob o comando do carnavalesco Marcos Conegundes, a Mocidade Alegre desfilou com 800 componentes, divididos em 14 anos. A agremiação trouxe para a passarela 25 destaques e cinco alegorias.

Elke, mulher, maravilha

Nove escolas de samba dos grupos B e C, que se apresentaram na noite de segunda-feira, em Juiz de Fora, mostraram que a capacidade de promover um belo desfile independe da posição em que se encontram no ranking do Carnaval. A campeã do Grupo B, a Feliz Lembrança, levou para a avenida o enredo “Elke, mulher, maravilha! Russa que fada vira... A mineira de Itabira”. A artista desfilou no último carro alegórico, fechando o desfile da agremiação.

Já a Vale do Paraibuna fez uma homenagem a Zezé do Pandeiro e ao folclore brasileiro. A União das Cores saudou o sambista Régis da Vila. A Águia de Ouro e a Unidos das Vilas do Retiro, por sua vez, evidenciaram, respectivamente, a trajetória de Chiquinha Gonzaga e a herança cultural da raça negra.

No Grupo C, a campeã Acadêmicos do Manoel Honório contou no samba-enredo a trajetória da cana-de-açúcar, desde os tempos do Brasil Colônia. A Rivais da Primavera, que também subiu para o Grupo B, mostrou no enredo a miscigenação racial que deu origem ao Brasil, sob a ótica da religião.

A estreante Acadêmicos do Porto Ceciliano, do Bairro Santa Cecília, que apresentou o samba-enredo “Do lixo que reluz ao brilho que seduz” acabou terminando em último lugar. Já a primeira escola de samba de Minas e quarta do Brasil, a Turunas do Riachuelo, que abandonou os desfiles nos últimos dois anos, vai ter que esperar para galgar posições. Abordando o tema alegria, a escola ficou em terceiro lugar do Grupo C.


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